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Motorista de caminhão envolvido em acidente com cinco mortes em palhoça deve responder por homicídio culposo

Polícia também levanta dúvidas sobre quem estava dirigindo o caminhão no momento do acidente

Seg. Pública - 13/06/2012 15:14 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

O motorista que supostamente estava dirigindo o caminhão envolvido em acidente com cinco mortes em Palhoça deverá responder por homicídio culposo, ou seja, sem a intenção de matar. A informação é da delegada Marcela Goto, que ficará responsável pelo caso. Segundo ela, não há — por enquanto — a possibilidade de enquadrar o caminhoneiro no crime de homicídio doloso, em que a pessoa assume o risco de causar a morte.

— É muito difícil. Ele fez o bafômetro e não deu nada. E também não dá pra provar que o caminhoneiro estava usando alguma outra droga, como rebite, por exemplo. Por isso não temos como classificar como homicídio doloso — explicou a delegada — Claro que neste caso tem o agravante de que eles não prestaram o socorro. Mas o complicado do homicídio culposo é que não podemos sequer pedir a prisão — concluiu.

A Polícia Civil (PC) também levanta dúvidas sobre quem realmente estava dirigindo o caminhão. Imagens do pedágio localizado antes do ponto do acidente na BR-101 indicam que a pessoa que estava guiando o veículo usava roupa diferente da que o motorista usava no momento em que se apresentou na Delegacia de Polícia de Capivari de Baixo.

A delegada Marcela acredita que o depoimento de um morador de São José, que presenciou o acidente, pode ser esclarecedor.

— Vamos confrontar os depoimentos com as provas. Não temos certeza se a pessoa que assumiu era quem realmente estava dirigindo. As imagens do pedágio mostram que há diferença nas roupas. Por isso temos de esperar o relato dessa testemunha e tentar esclarecer essa situação. Essa testemunha pode ter visto exatamente quem desceu do caminhão do lado do motorista.

A delegada vai analisar o laudo que a perícia fez no local do acidente. O levantamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) também será utilizado no inquérito. A polícia deverá ouvir ainda um policial rodoviário que atendeu a ocorrência.

— Também temos de acessar os depoimentos que essas pessoas deram em Capivari de Baixo. Tentar identificar como eles chegaram até lá. Se eles tivessem permanecido no local a situação seria outra. A impressão que temos é de que o depoimento prestado pelo caminhoneiro foi dado com base na orientação de um advogado. Vamos ver se o relato do policial rodoviário pode ajudar nisso também — concluiu a delegada Marcela.

Sobre o acidente

Por volta das 5h40min de segunda-feira, 11 de junho, um caminhão com placas do Sergipe teria invadido a pista contrária da BR-101 no Morro dos Cavalos, batendo em um Pálio Weekend e em um Gol. O acidente ocorreu na altura do km 236 da rodovia.

No Gol, morreu no local o encanador Cristiano Alves, 37 anos, que dirigia o carro (na montagem acima ele aparece na parte de baixo à direita). Já o passageiro Volnei Borges Teixeira, 39 anos, foi levado para o Hospital Regional de São José, mas não resistiu aos ferimentos. Outros dois ocupantes desse veículo ficaram feridos.

Após o acidente, os ocupantes do caminhão fugiram do local. O suposto motorista do veículo, identificado como Valfredo Souza, 66 anos, se apresentou horas depois na Delegacia de Polícia de Capivari de Baixo, no Sul de Santa Catarina. O advogado dele, Vilmar Costa, contou que estava chovendo muito na rodovia e Souza teria perdido o controle do veículo, invadindo a pista contrária.

Segundo o advogado Vilmar Costa, além do motorista, estavam no caminhão o filho de Souza, Valfredo Souza Júnior, 31 anos, e Cleber de Souza Ferreira, 48. Os três se revezavam na direção desde o Sergipe, de onde haviam saído por volta das 3h de sexta-feira. Eles trabalham no transporte de caminhões.

De acordo com o advogado, o trio fugiu do local do acidente pelo o risco de agressão. Eles teriam ido de carona até Criciúma. Depois, na companhia do advogado, seguiram para a Delegacia de Capivari de Baixo, onde chegaram às 8h30min de segunda-feira, cerca de duas horas depois da colisão. Os três sairam ilesos.

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