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Professores iniciam aulas de 30 minutos em protesto ao Governo do Estado

Os professores da rede pública estadual aderiram a um calendário de greve nesta semana, durante assembleia geral realizada na tarde de terça-feira, dia 10, em Florianópolis.

12/03/2015 14:08 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
Foto: Claudia Weinman
Claudia Weinman 

O Sindicato dos professores tomou como decisão nesta semana não realizar a paralização geral das aulas nas escolas de Santa Catarina, no entanto, em protesto as medidas tomadas pelo governo do estado, iniciaram-se as aulas de 30 minutos. Segundo a Coordenadora Regional do Sinte, Sandra Zavaski, durante a assembleia geral realizada na tarde de terça-feira, dia 10, em Florianópolis, os educadores da rede pública estadual realizaram uma discussão onde decidiu-se não promover a paralização imediata. 
Sandra explica que uma nova assembleia regional deve acontecer no dia 18 deste mês e também no dia 24, uma assembleia estadual. Caso não haja consenso entre a classe e o governo do estado, a greve será deflagrada definitivamente. “Se o governo não apresentar nenhuma proposta nova, a gente vai começar a paralisar definitivamente. A princípio, estamos nos articulando e conversando com os professores para realizar as aulas de 30 minutos. Em alguns lugares isso já está acontecendo”, enfatiza. 
A Coordenadora regional do Sinte faz um pedido para os pais dos estudantes, para que apoiem os professores. “Pedimos que entrem em contato com os deputados que eles votaram, para que a proposta do plano de carreira seja bem analisada por eles e que a medida provisória dos professores não passe na assembleia legislativa”. 


Segundo Sandra, os professores sempre tiveram compromisso com os estudantes, e estão dispostos a cumprir o programa estabelecido para 2015, porém, exigem que a situação funcional dos educadores seja respeitada. “Estamos fazendo aula de 30 minutos, e prestes a chegar a uma greve geral por falta de respeito que o governo tem com a educação de Santa Catarina”, enfatiza. 

DISCUSSÕES
Sandra explica que na greve de 2011 os professores tiveram a tabela salarial compactada e o governo assumiu o compromisso de descompactá-la. “Ele formou um grupo de estudo que durou um pouco mais que um ano, mas esse grupo não surtiu efeito. No início desse ano o Sinte foi chamado e o governo apresentou apenas o estudo que ele fez, ou seja, algo que não nos contempla”.  
Entre as discussões e reivindicações dos professores, está a retirada da medida provisória e a abertura para uma mesa de discussão para mudar a tabela salarial. A proposta de descompactação da tabela salarial apresentada no dia 31 de janeiro, ao SinteSC pelo Secretário Eduardo Deschamps, como já previam os dirigentes, não contemplou as reivindicações da classe trabalhadora da educação.  
Segundo informações divulgadas pelo Sinte no estado, são muitos os pontos negativos, entre eles os prazos (até 2015), a não aplicação do valor do Piso na carreira referente a 2012 e 2013, sendo que a tabela não foi descompactada e continua achatada verticalmente. O exemplo segundo o Sinte, é de que um professor 7A com graduação, recebe praticamente o mesmo valor de um profissional 1A, com magistério.
Sandra enfatiza ainda que a discussão é ampla e complexa e outros pontos estão envolvidos na pauta. Ela enfatiza que historicamente os professores possuem uma jornada de trabalho árdua e não vão dar ‘trégua’ ao governo diante das atuais discussões. “O grande culpado de tudo o que está acontecendo com certeza é o governo do estado. Nós professores estamos sendo desrespeitados mais uma vez. Temos uma jornada de trabalho pesada que não se limita a sala de aula. Precisamos estar nos atualizando sempre pois competimos com vários meios informacionais hoje. Nosso horário de trabalho vai além de uma sala de aula e é por isso, que vamos continuar em luta para melhorar a qualidade de nosso trabalho e também da educação em Santa Catarina”, finaliza. 
Por outro lado, do ponto de vista do Governo do Estado, a sugestão é discutir possíveis alterações com representantes da categoria, para só depois o texto de tramitação da Medida Provisória 198, que fixa a remuneração básica do professor admitido em caráter temporário (ACTs) ser discutido. 
Conforme o secretário de Educação do estado, Eduardo Deschamps, o acordo seria anunciado na manhã de terça, dia 10, mas como a reunião na Alesc terminou em tumulto, o governo diz que a proposta agora depende de um recuo dos professores para ser colocada em prática. “Nós indicamos que a negociação para os ajustes só ocorre com a categoria trabalhando. Houve acerto entre governo e Alesc, mas o pessoal não deixou nem a gente informar isso”, declarou. 

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