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Edição de sexta-feira, 13 de Março de 2015

Jaime Capra - 12/03/2015 17:28 (atualizado em 13/03/2015 08:05)
PARADOXOS
A Lei Federal 4.320, que estabelece normas gerais de direito financeiro e contabilidade pública, foi editada em 17 de março de 1964 e publicada em 23 de março, apenas alguns dias antes do golpe militar. Desde sua edição não foi alterada sequer numa vírgula.
A Lei 8.666/93 de 21 de junho de 1993, regulamenta o Art. 37 da Constituição federal e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública nas três esferas de governo. 
Há alguns anos, num município do Oeste, uma enxurrada danificou as cabeceiras de uma ponte. Após algum tempo, a ponte desabou. Um vereador, solidário com a comunidade que ficou isolada, cobrou no setor de engenharia da prefeitura o motivo do desabamento. Recebeu como resposta que foi devido à lei da gravidade. Na sessão seguinte do legislativo, o ilustre vereador não teve dúvidas: mediante uma proposição de caráter urgentíssimo, propôs a revogação da lei da gravidade.
Aqui em São Miguel do Oeste, terra protegida pelo Padre Aurélio, diante do “affair” pela concessão de recursos financeiros ao Motocão, a administração municipal que respeita as pessoas, revogou, ao seu livre arbítrio e com o beneplácito do agora “parlamento”, de uma só vez, as leis federais nº 4.320/64 e 8.666/93. Seu jurisconsulto mor, ícone da advocacia e psiquiatra, dada a estratégica exiguidade de tempo, explicou que lançara a licitação antes mesmo de dispor dos recursos para seu suporte. Albert Einstein que não era insano, mas de inquestionável contribuição à física quântica, revolveu-se no túmulo até transformar-se numa libélula. 
Quem tem o dever de cumprir a lei e a obrigação de dar bons exemplos ao seu povo, é justamente quem a descumpre e revoga. Nesta falta de vergonha e cara de pau, em desrespeito ao legislativo municipal deixa-o de saia justa. Tudo isto perante uma legião de voluntários que insistem em transformar São Miguel do Oeste num pólo de eventos a despeito da administração municipal que, diga-se de passagem, só atrapalha. 

PARADOXO ORTODOXO 
A convivência das mulheres no PT não tem sido pacífica, embora o desbotado discurso de igualdade de gênero. Apesar de uma mulher estar Presidente da República, a história das mulheres no Partido não é alvissareira. 
Algumas expoentes da política nacional sentiram-se estranhas, prejudicadas e até relegadas a um plano secundário. Trocaram de sigla ou estão em vias de fazê-lo. O rol inclui Eloisa Helena, Luciana Genro, Lídice da Mata, Bete Mendes, Luiza Erundina e Marina Silva, além de Marta Suplicy que está em vias de abandonar o barco. Elas estiveram presente em momentos diversos, ajudaram a construir o Partido, e por conflitos internos, um dia, cansadas, bateram a porta e foram embora.
A Presidenta Dilma Roussef, como se sabe, enfrenta problemas. Até seu mentor Lula da Silva aos poucos vai se distanciando. É muito provável que ao completar o mandato diga adeus à política.
Nas hostes PeTistas, as mulheres sempre serão bem vindas. Elas são muito importantes para escrever as atas das reuniões, varrerem os comitês, enfeitar as salas para as reuniões, mobilizar os militantes e carregar as bandeiras. Na hora das decisões e das promoções, retornam ao tempo anterior à Constituinte de 1932.

A SENTENÇA
O combate à corrupção tem todas as justificativas, porém não se deve suicidar o Brasil eliminando suas empreiteiras. 
Juscelino Kubitschek valeu-se delas para programar seu projeto de desenvolvimento. A Ditadura as fortaleceu e ampliou sua importância. No entanto, desde os primeiros movimentos, o projeto desenrolou-se na base da corrupção e de incompetência até para roubar.
Há brasileiros competentes e honestos, embora seja a minoria, e por isso não consegue fazer a diferença. Assim, o campo fica livre para a elite partidária do enriquecimento, que de quebra gostaria de aumentar o contingente de pobres. 
A Operação Lava Jato, ao apontar seu arsenal para as empreiteiras, precipita o impasse. A turma do privilégio, os correntistas do HSBC da Suíça e de outros endereços do dinheiro lavado e sonegado, é a única vilã do resultado. Sem empresas adequadas à tarefa, o Brasil jamais sairá da crise. 
Com o processo atingindo de morte nossas empreiteiras, estaremos assistindo ao suicídio imposto ao Brasil por cinco séculos de depredação e escravidão. 
Os episódios desta semana são retrato da sociedade que condena o Brasil ao suicídio, onde os inquilinos da casa grande agem como se fossem os proprietários, relegando o povo à senzala. O juiz que se apossa do carro do réu e as vaias dos frequentadores do hospital Albert Einstein dirigidas contra o ex-ministro da Fazenda que visitava um amigo enfartado, são o espelho desse comportamento. 
Esses são exemplos que revelam uma sociedade que ostenta ignorância, trapaça, prepotência, arrogância, hipocrisia, velhacaria e vulgaridade. Estes são os brasileiros que impõem o suicídio ao Brasil. 

APLAUSOS
O candidato derrotado ao governo do Estado Paulo Bauer que, diga-se de passagem, festejou a derrota, disse que a presidenta Dilma só quer aplausos. Não aceita sugestões. 
Realmente ele tem autoridade para tal afirmação, principalmente se for lembrado o período em que esteve secretário estadual de educação. Os professores que o digam. 

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