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Edição de sexta-feira, 20 de Março de 2015

Jaime Capra - 20/03/2015 08:46 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
COMPORTAMENTOS
O malévolo, infesto e viroso comportamento da administração municipal de São Miguel do Oeste frente ao poder legislativo, tem sido recorrente nos governos do PMDB. Acostumado com uma maioria absoluta e uma oposição desarticulada, quando não adesista, a jurisconsultoria municipal tem se notabilizado em produzir peças legislativas recheadas de meandros e subterfúgios, tornando o texto palavroso para passar a falsa idéia de erudição.
No entanto, atrás da cortina se esconde a falta de vergonha e a escancarada intenção de beneficiar este ou aquele apaniguado que amiúde frequenta as escadarias do poder.  Esta é a prática que fez escola desde o fim da área de segurança nacional e que deixou uma legião de discípulos, tanto jurisconsultos quanto rábulas.
O resultado desta prática é um arcabouço legal eivado de contradições, erros crassos, furos, duplas e até triplas interpretações, sempre com a finalidade de favorecer alguém ou promover alguns espertalhões a tradutores oficiais da legislação.
As leis tributárias são o exemplo mais palpável deste emaranhado legal. Os contribuintes, envolvidos pelas interpretações, acabam marchando com os cálculos apresentados sem qualquer critério, aceitando resignadamente o que lhes é apresentado. Os profissionais que atuam na área são constantemente surpreendidos pelas “novidades” introduzidas que jamais funcionam e por novas interpretações da lei. 
Por seu turno, o Parlamento, manietado pela falta de posicionamentos políticos decentes, sente-se na contingência de aderir ao descalabro, para não ser classificado com a pecha de adversário do desenvolvimento do município, como tantas vezes acontece. 

VEM MAIS POR AÍ
O Parlamento municipal está na iminência de aprovar a lei do estacionamento pago. Sem um plano de mobilidade urbana, sem planejamento de novas intervenções no trânsito, sem nada. Só na conversa. Só na seca. Os vereadores, de olho nos financiadores da próxima campanha, haverão de aprovar a lei para contentar a turma do impostômetro. Os trabalhadores que vem dos arrabaldes para ajudar a turma do sonegômetro a ganhar mais dinheiro, que se exploda. Que venha a pé ou desperte às cinco da manhã para pegar o único coletivo do turno.

FUMAÇA DE TRATOR
Difícil um dia sem que alguém procure um órgão da imprensa, um colunista de banheiro ou um vereador para relatar casos de descalabro na administração municipal. São pacientes que lutam há anos para conseguir uma cirurgia; pessoas que há mais de seis meses esperam uma prótese dentária; portadores de doenças crônicas que não conseguem os medicamentos mais elementares; mães de crianças preocupadas com a falta de merenda escolar; estradas do interior em péssimas condições de trafegabilidade; servidores sem as satisfatórias reposições salariais e mais uma infinidade de problemas incompatíveis com o status de um município que se diz polo microrregional, alinhado com o governo estadual e federal, que arrecada mais que seis milhões de reais todo o mês e tem 85% de sua população residindo na zona urbana.
Há algo de podre no reino da Dinamarca, como diria Shakespeare. Há algo de errado no paço municipal com diria um idiota observador desatento, que nem um coraçãozinho de criança é capaz de perceber. Na verdade, o que falta mesmo é vergonha e que seja retirado da mídia o propalado bordão de respeito às pessoas. 
A farmácia popular, pomposamente montada e solenemente inaugurada, não dá conta de fornecer melhoral aos seus pacientes. A garagem municipal, recheada de máquinas novas, não dá conta de patrolar alguns metros de estradas. Equipamentos enferrujam ao relento e até no meio da capoeira, por falta de uma peça que foi roubada, não foi reposta e ninguém foi responsabilizado. Assim não dá. Os mesmos que protagonizam este cenário dantesco são os primeiros a criticar outros governos, apontar responsáveis pelos desvios na Petrobrás e produzir cartazes jocosos. Ora vão se enxergar. Olhem para o próprio rabo. Chega de hipocrisia.

GERAÇÃO MIAMI
Boa parte dos manifestantes do último dia 15, domingo, todos patriotas, vestidos de verde e amarelo, foi vista na segunda feira na fila do Consulado Americano para obter visto de entrada nos Estados Unidos. O objetivo era passear na Disney e comprar bugigangas. O Paraguai já caiu da moda.

GERAÇÃO CAVIAR
Enquanto isso, a geração caviar dos favorecidos pelo bolsa família, que desfilaram no dia 13 portando bandeiras, faixas e cartazes na cor vermelha, deixaram de comprar carne de pescoço e já olham de soslaio para algum corte de “entrecot”. Sabe como é, né... Embora a carne seja meio ruim, o nome é bonito!

E POR FALAR... 
E por falar em carne, vai aí um alerta aos carnívoros emergentes: alguns cortes especiais, embalados a vácuo, não merecem credibilidade. Cada corte (picanha, filé mignon, alcatra, maminha, etc.) possui tamanhos diferenciados dependendo da raça e da forma de engorda, se a pasto ou confinado. O gado confinado tende a apresentar peças maiores. O gado zebuíno peças menores.
Uma picanha, por exemplo, tem peso médio de 1,2 kg. Se for muito maior, tente se informar. Já o filé mignon de um animal de 200 kg. pode pesar até 1,6 kg. Fiquem de olho, pois tem muito neguinho esperto por aí.  

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