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Edição de sexta-feira, 27 de Março de 2015

Jaime Capra - 27/03/2015 08:12 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
SEMÂNTICA I
A jurisconsultoria do município de São Miguel do Oeste, provocada pelo Ministério Público, acaba de acrescentar um novo termo ao já imenso vocabulário brasileiro. Ao justificar a cessão do Parque da Faismo aos caminhoneiros grevistas, disparou dizendo que o fez por uma questão humanitária. Muito bem!
Quando o ex-prefeito Nelson Foss da Silva cedeu o espaço para que a Cooperoeste Terra Viva armazenasse leite, a mesma jurisconsultoria assessorada pelo Ministério Público entenderam ter havido improbidade administrativa. Aquela cessão não teria ocorrido por uma questão “animalitária? 

SEMÂNTICA II
Depois de roubar durante 500 anos, a direita exige honestidade do PT. Depois de falar em honestidade por 20 anos, o PT reclama o direito de ser como os outros foram em 500 anos. Seriam estas premissas uma autorização para roubar? Quem pode acusar quem? Quem pode ser o fiador para um futuro honesto para o país?

O FANTASMA
O cheiro do retorno ao passado vai se espalhando como um rastilho de pólvora.
A reação golpista mostrou-se nas manifestações do dia 15 deste mês. Embora os números tenham sido inflacionados, de qualquer forma o contingente de pessoas foi grande e espalhou-se por diversas cidades brasileiras. 
Nas manifestações, os participantes tinham focos difusos, de tamanhos e agressividade variados. O impeachment da presidenta Dilma, a corrupção, o apelo à intervenção militar, a agressão verbal aos petistas. Hoje, o conjunto da obra, como se constata, converge para um só objetivo: “Direita Já!”
Uma parte da imprensa colocou as manifestações na conta do esforço para defender a democracia. Essa ofensa à história, estava nas páginas de um jornal, sustentada por uma  mentira que afirmava o comparecimento de dois milhões de pessoas nas ruas. Tais números foram desmentidos por uma pesquisa do Datafolha. O jornal, no olhômetro, afirmou que pela Avenida Paulista desfilaram 1 milhão de pessoas. A pesquisa reduziu tudo a 210 mil, número muito inferior à histórica “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.
A oposição não tem um programa político-econômico alternativo ao dos governos petistas. Sem alternativa tornou a corrupção o centro dos problemas brasileiros. Alimenta-se de episódios como o mensalão, uma versão oportunista do que de fato ocorreu, a formação de caixa 2 comum a todos os partidos, e agora da corrupção de empreiteiros e alguns funcionários da Petrobras.
Como se fossem puros, pregam a ética montados na promessa de acabar com a corrupção. 
Desesperados por estarem fora do poder há 12 anos que irão a 16, os opositores perderam o freio. Se continuarem na oposição, talvez algum dia proponham acabar com o Brasil ou entregá-lo aos Estados Unidos.

BRASIL BRASILEIRO
Algumas frases que sobreviveram aos tempos e tornaram-se famosas: 
"Estamos num país onde a esperteza passou a ser chamada de competência." (Antonio Ermírio de Moraes, em 1986).
"O Brasil é o único país onde prostituta tem orgasmo, cafetão tem ciúme, traficante é viciado, e pobre é de direita." (Tim Maia, em 1990). 
"Todos nós somos corruptos." (Mario Amato, presidente da Fiesp, em 1992)
"A corrupção não é invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa." (Jô Soares, em 1995).
"O Brasil continua sendo um estado cartorial, com poder e privilégios concentrados nas mãos de poucos e onde a democracia ainda é exercida por semi-analfabetos." (Lincoln Gordon, ex-embaixador americano no Brasil, em 2003).
"Político profissional jamais tem medo do escuro. Tem medo é da claridade." (Millôr Fernandes, em 2005).
"No Brasil é assim: quem mostra a bunda fica logo famosa." (Gisele Bündchen, em 2002).
"Pobre gosta de luxo, quem gosta de pobreza é intelectual." (Joãosinho Trinta, em 1976)
"Democracia neste país é relativa, mas corrupção é absoluta."
(Paulo Brossard, então senador da República, em 1978). 
"Toda sociedade tem a inflação que merece." (Mário Henrique Simonsen, em 1980).
"A burrice, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor." (Roberto Campos, em 1990)

ISSO NÃO DÓI
Não tenho qualquer constrangimento em transcrever as frases acima, pois são verdades absolutas ditas por personalidades da política, economia e cultura em períodos diversos de nossa história. 
O que causa constrangimento é ver gente desfilando pela cidade, dirigindo com o braço do lado de fora do carro, ostentando na traseira (melhor seria no traseiro) o bordão “FORA DILMA”. 
Em qual das frases acima se poderia enquadrar o portador do pedido? De Roberto Campos? Gisele Bündchen? Tim Maia?
Tem razões o portador do bordão? Ao desfilar pela cidade, dirigindo com o braço para fora, pode ser enquadrado na frase de Roberto Campos: Realmente a burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor. Até alguns anos atrás, talvez o portador desfilasse a pé, arrastando as chinelas. Atualmente o faz de carro, mas reclamando, com certeza, do preço da gasolina, da carga tributária e da falta de vagas no estacionamento.
Tendo sucesso em seu intento, quem assumirá a presidência da república? Quais as modificações que introduzirá o novo governante para tornar a vida nababesca? 
Tem razão Joãosinho Trinta: "Pobre gosta de luxo, quem gosta de pobreza é intelectual."

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