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Edição de sexta-feira, 10 de abril de 2015

Jaime Capra - 10/04/2015 09:04 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
MEMORIAS
Com pesar assistimos em São Miguel do Oeste a destruição de calçadas construídas há mais de 40 anos quando a melhoria ainda não era obrigatória. Os materiais empregados à época, talvez sejam melhores que os atuais, principalmente aquelas ridículas lajotas de cimento. O motivo alegado é a padronização, concebida para contentar o projeto “sorria” São Miguel e fazer sorrir mais “uns e outros”.
Imagina-se que São Miguel esteja chorando por isso, pois será acometido do mal de Alzheimer quando, todos sabem, a memória é totalmente apagada. Talvez o santo deixe até de operar milagres.
É impossível não comentar mais esta aberração. Em todos os lugares do mundo há uma preocupação em manter e preservar a memória dos povos. Na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, o pavimento das ruas ainda é aquele construído pelo Império, com pedras basalto, irregulares, de tamanhos variados. Em Roma, trechos da Via Appia Antica ainda conservam o pavimento original construído a partir do ano 312 a.C. Em São Miguel do Oeste, procuram-se todas as maneiras de apagar da memória as obras dos desbravadores. Decerto pretendem substituí-las pelas fotos de prefeitos e presidentes da colenda câmara municipal de vereadores.
A propósito da ridícula e vergonhosa “padronização”, a idéia deve ter sido copiada do führer Adolf Hitler. Ele, assim como os projetistas inovadores, pretendia padronizar o povo, criando a raça ariana onde todos seriam loiros de olhos azuis, brancos, altos e fortes. Aqui, o governo padronizador quer que todos sejam iguais: baixinhos, subnutridos e ignorantes. 
A capacidade inovadora do governo local não compreende o individualismo e não permite a criatividade. Também não sabe que 85% dos habitantes do município são urbanos. Não é à toa que falta comida nas creches e nas escolas. Faltam remédios nos postos de saúde e a fila de espera por um exame de laboratório ou uma consulta especializada estende-se ao próximo mandato. No entanto sobram patrolas, escavadeiras, caçambas e tratores. Assim mesmo, as estradas estão em péssimo estado, bem piores que a Via Appia Antica sem asfalto.

TRANSITO
De acordo com a administração de trânsito em São Miguel do Oeste, o affair se resume a pintura de meios fios, faixas de segurança e instalação de caça níqueis. Em planejamento e ordenamento do fluxo de veículos, a equipe é um zero à esquerda.
Os dois semáforos da Willy Barth tem um bloqueador de veículos de fazer inveja aos guardas de 1960, quando o trânsito era regulado no apito.
Tanto a Getúlio Vargas quanto a D. Pedro II não atravessam a Willy Barth. Desta forma nada impede que o fluxo de veículos no sentido Sul/Norte seja liberado na pista da direita quando aberto o fluxo no sentido Norte/Sul. Mas às autoridades não interessa a eficiência. Aliás, eficiência, eficácia e efetividade são termos desconhecidos para a atual administração.

A DOENÇA DA SAÚDE
A saúde em São Miguel do Oeste está doente. Faltam atendimento, exames e remédios e sobram reclamações e desculpas. Menos mal que o governo municipal arranjou um parceiro de peso: o próprio Estado de Santa Catarina, que também aderiu à fumaça de trator em detrimento da saúde e da educação.
Se faltam remédios e exames ao Município falta dinheiro ao Estado. Os repasses ao Hospital Regional estão atrasados. O governador aplica o calote na maior cara dura. Mas a fumaça de trator e a propagandal, mola propulsora da mascara das eleições e ignorância do povo, continuam em alta.
Na educação, o caos é total. O Estado, cantado em prosa e verso pelo País afora, cujos governantes odeiam o governo federal do PT e são os primeiros a comparecer em Brasília de pires na mão, está se mixando para construir um muro ao redor do principal colégio do Extremo Oeste. Não pode desembolsar mais que 100 mil reais por mês. Está, o governo, há quase três anos roendo ao redor de uma escola que tem quase meio século e nunca recebeu uma vassorada nas teias de aranha. Não consegue dar uma simples guaribada. O governo só comparece no local nas eleições, quando as urnas são estrategicamente colocadas possibilitando uma eficiente boca de urna. Por essas e por outras que os professores estão em greve.

REMINISCÊNCIAS
Há muito tempo, neste espaço, fiz menção a um contribuinte que, cheio de responsabilidade, tentou junto à gloriosa prefeitura, regularizar um puxadinho que havia construído ao lado de sua casa, para guardar o carro. 
Não conseguiu o intento porque tinha deixado uma janelinha basculante quase na divisa do terreno vizinho. Teve que fechar a janelinha.
Tramita no “parlamento municipal” um projeto de lei que autoriza a concessão de habite-se e alvará provisório aos contribuintes (amigos) que por um motivo ou outro suas construções não atendem aos ditames legais.
Também há tempos atrás, passou pela então “colenda” um projeto de lei que autorizava a instalação de uma empresa em local vedado pelo Plano Diretor. O interessado era e ainda é amicíssimo do rei. Não seria necessário afirmar que o dito projeto foi aprovado, mas foi. O jurisconsulto mor, rebelou-se com este reles escriba, ameaçando processá-lo por haver escrito que a colenda só serve para legalizar as ilegalidades. Não levou à cabo o intento. 
Resulta daí, que é praxe a atual administração municipal e as anteriores do mesmo partido, utilizarem os préstimos dos vereadores para legalizar as ilegalidades. Os jurisconsultos municipais não precisam entender nada de leis, bastando que sejam expeditos em burlá-las. Entenderam ou querem que eu desenhe?  

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