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Edição de sexta-feira, 24 de Abril de 2015

Jaime Capra - 24/04/2015 08:18 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
POR QUE ROUBAR?
“Entre o céu e a terra, existem determinadas coisas que a nossa vã filosofia não consegue entender”. 
Uma dessas é a gana por dinheiro. Ser avarento é até aceitável, pois faz parte da natureza humana a busca por riqueza e poder a qualquer preço. No entanto algumas coisas não são aceitáveis, como por exemplo: o que leva um sujeito a roubar 50 ou mais milhões de dólares?
No caso da roubalheira na Petrobrás, não é crível que os ladrões, auxiliados por suas famílias e seus asseclas, sejam capazes de gastar ao longo de suas vidas tudo o que roubaram. Se a capacidade de gastar tem limites, imagina-se que também a de roubar os tenha. No entanto, a sede por riqueza neutraliza os limites.
Pelo que os noticiários divulgam, nenhum dos famosos ladrões de dinheiro da Petrobrás tem vocação para Dartagnan, aquele que roubava dos ricos para dar aos pobres. Isso bem que a Dilma tenta, mas parece não conseguir, pois a direita reacionária não deixa.
Considerando que 50 milhões de dólares em notas de 50 reais pesam em torno de 750 quilos, o caso de “roubar e não poder carregar” justifica este comentário.

GLOBADA
A rede Globo encontrou mais uma maneira de ludibriar o povaréu. Aproveitando a efeméride de seus cinquenta anos, produziu uma série de programas para lembrar o que julga grandes reportagens. Colocou diante das câmeras seus repórteres atores, que com olhos marejados as lembravam, observavam e comentavam. Mostraram as grandes mobilizações populares com milhões de pessoas nas ruas para apoiar movimentos e até protestar.
Um detalhe fez questão de omitir: as grandes mobilizações relembradas, contavam com a unanimidade de opinião, desde o povo até a mídia. Nenhuma semelhança com as atuais que a rede plin plin apóia ou deliberadamente desconhece. 
Com o novo programa, a Globo pretende mostrar que a cobertura das atuais mobilizações não é tendenciosa. No entanto, aos olhos mais atentos, não passa de tentativa para limpar sua barra, de olho nas verbas publicitárias do governo e na sonegação de impostos no que é especialista.

BURACULOSIDADE
No loteamento Jardim Acácias existe uma rua denominada Rua da Fonte. O nome vem da existência de uma nascente de água sobre um terreno.
Ocorre que a municipalidade, adepta da prática de legalizar ilegalidades, deu um jeito de “ajeitar” a transformação daquele terreno em área edificável.
Da prática resultou o surgimento de um buraco, de onde brotam dejetos ao invés de água. 
A buraculosidade está prestes a comemorar aniversário. Só não o fez porque os tapadores lá estiveram. Observaram tudo e descansaram suas ferramentas numa casa próxima. 
Especula-se que o buraco e seu esgoto serão tombados pelo patrimônio artístico municipal. A comunidade está colhendo assinaturas para mudar o nome da rua. Quer que se chame Rua do Esgoto, em substituição à Rua da Fonte.

VIVA A ÁGUA
Em sua posse, no CTG Porteira Aberta, o então ainda não empossado prefeito João Valar provocou um orgasmo generalizado na plateia ao anunciar que o problema da falta d’água em São Miguel do Oeste estava definitivamente resolvido. Chamou o proprietário de uma área de terras para assinar contrato de locação visando a instalação de uma estação de tratamento, cujo manancial é um velho banhado de águas putrefatas. 
Passados pouco mais de dois anos dos orgasmos, os proprietários ameaçam derrubar as instalações da CASAN, por falta de pagamento dos aluguéis.
É o caso típico de uma união estável entre a prefeitura e a CASAN, uma mais mentirosa que a outra. A enganação vai desde botucatús desativados, brocas quebradas a calotes locativos. 
Agora que os votos já foram contados e validados, os beneficiados pelas mentiras tem tempo de sobra para preparar o próximo golpe. Os primeiros movimentos já foram dados com a colocação de placas ensinando como fazer para que o Brasil seja um país honesto. A contar pelos professores, restam poucas esperanças que isto se concretize.

IGNORÂNCIA
A noite de ontem foi de correria e tumulto, com formação de grandes filas nos postos de abastecimento de combustível. Espalhou-se um boato anunciando nova greve dos caminhoneiros, o que paralisaria o País.
Isto não se concretizou, pelo menos até o fechamento desta coluna. Os grevistas devem estar conscientes que não terão o mesmo apoio que obtiveram no mês de março.
O apoio manifestado na greve anterior foi um tiro no pé. Os que apoiaram, pagaram o maior mico e tiveram que arcar com os prejuízos.
É de pensar qual seria o comportamento da turba em caso de catástrofe, se um simples boato já mobiliza toda a população numa corrida desenfreada em busca de algumas gotas de combustível. Será a cultura do automóvel a responsável por mais esta corrida maluca? Quiçá será a ignorância do povo que não sabe avaliar uma situação real, não conhece o País onde vive, não imagina quais sejam os limites entre os interesses escusos e os mesquinhos? Qual o papel da mídia: pregoeira da desgraça ou veículo de informação? 
Pelo menos até o momento, os afoitos se enganaram, prestando um grande serviço à coletividade atenta, neutralizando os motivos para as grandes mobilizações de 2014 e de março último. Desnudaram o mito do combustível caro e da excessiva carga tributária e retiraram um peso dos ombros do governo. 

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