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Com quase 50 dias de greve, Sinte afirma que luta dos professores está sendo ‘camuflada’

Em entrevista ao Jornal Gazeta Catarinense, a representante do Sinte regional, Sandra Zavaski, diz que, além de não haver nenhuma negociação com o governo até o momento, escolas estão agindo como se nada estivesse acontecendo.

Questionamentos - 15/05/2015 09:49 (atualizado em 15/05/2015 09:51)
Representante do Sinte regional, Sandra Zavaski (Foto: Claudia Weinman)
Já são quase 50 dias de greve e os professores de Santa Catarina ainda aguardam uma negociação com o governo. Até o momento, segundo a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina, (Sinte), Sandra Zavaski, nada está definido. Conforme Sandra, o contato mais próximo do governo é com as gerências, a fim de, conforme ela, ameaçar os grevistas. 
Em entrevista ao Jornal Gazeta Catarinense, Sandra fez críticas ao governo e também às escolas que, de acordo com ela, têm agido como se nada estivesse acontecendo. “Está sendo fingido que está tudo normal e que não existe greve. Quando entramos nas escolas, vemos os estudantes correndo pelos corredores, ou assistindo filmes em sala de aula, como um verdadeiro passa tempo”, explica. 
Conforme Sandra, alguns professores têm ministrado aulas além da carga horária prevista para a semana. “Os alunos ficam saturados, muitos nem querem mais ver algumas disciplinas e a gerência permite isso. Agora quando vamos pensar em fazer um horário diferente no começo do ano tem um monte de critério que precisa ser seguido”, critica.

Descontos

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina assegurou à Secretaria Estadual da Educação o direito de descontar os dias não trabalhados do salário dos professores em greve. O desembargador Jorge Luiz de Borba se manifestou no dia 30 de abril, na “ação declaratória de legalidade de greve” proposta pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte). Ele determinou que somente podem ser aplicadas sanções administrativas aos grevistas em casos de abusos no movimento paredista e respaldou a possibilidade de “descontar dos vencimentos dos grevistas os dias não trabalhados”.
Conforme Sandra, o desconto está acontecendo, mas isso não tem afetado os grevistas. “A greve é um direito constitucional. Chegamos inclusive a uma questão extrema, onde a vaga de uma professora em greve foi colocada para escolha. O governo não pode nos inibir e o Sinte já está fazendo o encaminhamento deste caso. Esta é uma ação autoritária e antidemocrática”, enfatiza. 
Segundo a representante regional do Sinte, os professores devem seguir em greve, promovendo atos e unificando forças. Nesta semana, uma atividade foi realizada em conjunto com professores do Paraná em Dionísio Cerqueira. Outras ações como entrega de pauta e mobilizações em diversas regiões do estado continuam acontecendo. Ao ser questionada sobre a possibilidade de ocorrer algum ato de maior confronto na região, Sandra diz: “Os ânimos já estão alterados, afinal, são praticamente 50 dias em greve. Esperamos que a polícia daqui não seja intolerante como está sendo a do Paraná”.  

Na Gered

O gerente de Educação, Moacir Martello, disse que a comunidade já começou a reclamar da greve. “Muitas pessoas estão reclamando da ausência dos professores em sala de aula. Estamos orientado que a direção faça um calendário alternativo para que os estudantes tenham o maior número de aulas possível”, relata.
Martello contraria os questionamentos do Sinte sobre as escolas estarem promovendo ‘passa tempo’ para os estudantes. “Do ponto de vista pedagógico, isso não é permitido.  Se eventualmente estiver acontecendo alguma situação desse tipo, não estamos sabendo”, respondeu. 
Fonte: Claudia Weinman
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