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Edição de sexta-feira, 29 de maio de 2015

Jaime Capra - 29/05/2015 08:14 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)
IMPRENSA PODRE
Está cada vez mais difícil assistir, ouvir ou ler matérias jornalísticas. Parece que todos os órgãos de imprensa, afinados como uma grande orquestra, fazem questão de dar notícias ruins ou perder-se em análises fajutas e tendenciosas.
A poderosa Rede Globo através da Globo News, recentemente gastou não menos que quinze minutos da programação para comentar o aumento de um décimo (0,1) por cento na inadimplência das famílias. A apresentadora do programa, que não entendia nada do que estava lendo, trouxe uma analista desconhecida, preparada para encher lingüiça e dar o recado que interessa à patronagem, qual seja o de que o Brasil ruma para a recessão e bancarrota. 
O Willian Bonner, aquele fantoche, boneco de ventríloquo, que apresenta o jornal nacional, outro dia teve a cara de pau para anunciar: “até que enfim uma notícia boa”! Mas é claro, pois é ele mesmo quem só anuncia acidentes com veículos, assaltos e tiroteios, tudo o que interessa à rede sonegadora de impostos. 

IMPRENSA INTERIORANA
A imprensa interiorana também é uma lástima. Não consegue manter uma linha editorial decente. Tem que atrelar-se a alguma facção política, pois imagina que não sobrevive do desempenho de seu papel de informar. Precisa atrelar-se para puxar vantagens.
O que espanta é o crescimento do número de adeptos da política da terra arrasada. A mídia se ocupa em demonstrar que vivemos num País com os dias contados.  Todos querem culpar o governo por tudo o que acontece. Noves fora as incompetências, pela falta de objetivos claros e sobra de projetos privados, pobre Brasil. Bem se diz que cada povo tem o governo que merece. 

VIROU NOTÍCIA
São Miguel do Oeste foi notícia nacional. A morte do garoto vítima de um tiro calibre 12 disparado “sem querer” por um policial, foi mais que suficiente para projetar a 8ª melhor cidade brasileira com até 50 mil habitantes no cenário nacional.
O acontecimento, mais que a notícia, revela a falta de preparo da polícia e de urbanidade do povo. Enquanto uns acham que podem tudo, outros pensam resolver com truculência.
O simples ato de conduzir um veículo em via pública já é motivo de estresse. A parcela da sociedade que cultua o automóvel se acha dona das ruas enquanto outra se apodera das faixas de segurança. Uma terceira quer se apropriar das vagas de estacionamento, pensando em obter vantagem para si. 
A educação, as boas maneiras e a urbanidade aos poucos são jogadas no lixão da hipocrisia, local onde se prega o bem e se pratica o mal. 
A dinâmica social, que o digam os sociólogos, não funciona desse jeito. Muito menos o aparato governamental pode funcionar pela truculência. A este, mais que a ninguém, cumpre produzir boas obras e dar os bons exemplos que a sociedade clama. 
Nesses tempos bicudos, do aparato estatal só vem maus exemplos. A hipocrisia impera absoluta. Pregar o bem e praticar o malfeito é a regra. Deixou de ser exceção. O notório acontecimento até então admitido somente em grandes aglomerados urbanos chegou ao interior como fruto dos maus exemplos vindos do aparato estatal. Aí está, portanto, uma parcela do custo da voracidade pelo poder. Quem pagará a conta?

COMANDANTES E COMANDADOS 
Não se pode esperar urbanidade de quem é treinado para agir com truculência. Existe ordenamento jurídico, aparato policial e estrutura judiciária para coibir os abusos. Não há necessidade de criar novos mecanismos tais como a força e as armas para manter a ordem, a não ser em casos excepcionais e em grandes conflitos.
Cita-se a polícia inglesa como exemplo de eficiência sem uso da força. Talvez isso se deva à preparação, à remuneração, ao reconhecimento social e a cultura do agente policial. Talvez...
A sociedade clama por mais segurança. O aparato policial deve responder com mais eficiência, nunca com mais truculência, pois segundo o físico Isaac Newton, “para toda ação existe uma reação”. Isso as autoridades já deveriam saber, pois a obra de Newton foi publicada em 1687. Talvez pelo fato de nossas autoridades lembrarem-se de Newton pela lei da gravidade, desconheçam a teoria da ação e reação. 

REFÉNS
É comum e está na moda culpar o Estado pelos descalabros sociais. A culpabilidade do Estado vem sendo ampliada pela sociedade para os campos da economia e do bem-estar.
No entanto há que se adotar alguma parcimônia nas críticas, pois o Estado aos poucos vai se tornando refém da sociedade.
As pressões exercidas pela sociedade organizada sobre o Estado Brasileiro (considerando o “Estado” em todos os níveis: federal, estadual e municipal), transformam-no refém das organizações policiais, militares, judiciais, profissionais, sindicais e tantas outras até onde nossa memória alcança. 
Tais pressões, muitas vezes desmedidas, precipitam o fracionamento das ações, desvirtuando suas próprias finalidades. O resultado é um descontentamento generalizado contrapondo-se às ações pontuais.
Mais uma vez busca-se na educação o lenitivo para todas as distorções. Mas a pergunta que surge de imediato é: como ofertar educação de qualidade se os agentes focam no próprio bem estar?

FUTEBOL
Finalmente a caixa preta da estrutura futebolística mundial foi aberta. Foi preciso uma ação policial de países mais maduros que o Brasil para pegar a quadrilha que domina a organização futebolística. 
Não faltaram ladrões brasileiros, pois, afinal, o Brasil é o País do futebol, mesmo depois de levar 7 X 1 da Alemanha. 
A ação policial culminou na Suíça, em Zurique, sede da FIFA, e aproveitou a reunião dos ladrões para eleger o presidente da corja. O know now da ação foi adquirido na prisão de Al Capone pelo FBI. É sabido que o mafioso mor foi preso devido à sonegação de impostos, não pelos crimes que cometeu. No caso da FIFA, a acusação é a mesma.
Para este crime (sonegação), a pena é de 20 anos de prisão. Por aqui, muitas barbas estarão de molho. O Congresso Nacional vai abrir uma CPI (mais uma) para dar a devida publicidade. Romário vai se decepcionar com o resultado. 

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