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‘Filho de peixe, peixinho é’

Nesta edição do Jornal Expresso d’Oeste, abordamos a célebre frase que se popularizou em todo o pais para demonstrar como a relação de cumplicidade, entendimento e respeito entre pai e filho pode influenciar nas escolhas futuras da criança

Especial - 07/08/2015 14:56 (atualizado em 10/08/2015 14:55)


A família é uma das instituições mais importantes para a formação do sujeito. É onde as pessoas buscam estrutura para alicerçar-se no mundo do trabalho e nas demais relações. Para explicar como esse vínculo acontece, sua importância na formação dos filhos e aproveitando o dia dos pais que se aproxima e será celebrado neste domingo, dia 9, a reportagem do Jornal Expresso d’Oeste preparou uma matéria especial onde faz um paralelo entre o exemplo do pai e sua influência na vida de um filho.
         Embora existam diversos perfis de núcleos familiares, esta matéria irá abordar o exemplo de filho que assumiu a postura profissional do pai, isto é, que ao chegar na adolescência optou em seguir a mesma profissão ou então, envolver-se com o trabalho que é a fonte de renda da família. Um dos exemplos desta constituição está em Palmitos.
         O sócio Diretor do Grupo Tombini, Clécio Tombini, assumiu uma postura de administrador da empresa da família, ele conta que seu pai sempre o incentivou a trabalhar nos negócios familiares desde a sua infância. “Lembro que houve um momento em minha adolescência que pensei em fazer um curso de direito fora de Palmitos, mas meu pai resistiu muito sobre esta ideia até que eu desisti”, comenta.
         Clécio conta que o exemplo do pai foi determinante para que ele assumisse funções importantes dentro da empresa da família. “Iniciei cedo minha vida profissional, assisti meu pai fazendo negócios com clientes e fornecedores desde criança, com isto fui pegando gosto pela atividade. Naquela época nossa atividade passava por várias mudanças e transformações, e precisávamos reinventar o nosso negócio para nos mantermos vivos, foi aí que me coloquei a disposição da empresa para auxiliar nestas mudanças”, lembra.  
         Seguindo os ensinamentos do pai, Clécio conta que se sente realizado pela escolha que fez, e por seguir os caminhos de seu pai. “Meu pai acreditou em mim e em minhas ideias, fizemos as mudanças e obtemos bons resultados com elas. Após isto percebi que realmente tinha vocação para seguir os passos da família. E sempre pude contar com o apoio de meu pai. Hoje sou muito grato ao meu pai por ter influenciado nesta escolha, estou muito feliz e realizado com a escolha que fiz.”, enfatiza.


 Como educar um filho sem restringi-lo de suas escolhas?
 

Uma das maiores preocupações dos pais é saber educar os filhos sem restringi-los de suas escolhas. De um lado encontram-se os desejos dos pais em querer que o filho tenha uma profissão considerada ‘melhor’ que a deles e de outro, uma escolha própria do adolescente. É aí que aparecem as nuances e em muitos casos, os conflitos.
Segundo o psicólogo Moacir Francisco Pires, é importante salientar que a realidade onde o jovem está inserido se apresenta em dois ambientes distintos. Um deles é a matriz primária denominada como família, e a segunda, a matriz secundária que se dá a partir do âmbito social. No primeiro ambiente, o familiar, que também possui suas diferenciações conforme as várias realidades, é o contexto onde segundo Pires, as crianças iniciam o processo de construção do ser humano, desde o seu caminhar, aprendizado da falar até a tomada de decisões importantes de sua vida adulta.
Já no âmbito social, as influências de outras relações estabelecidas e em formação, podem ocasionar o dispersar da família, inclusive com escolhas muito diferenciados do projeto que os pais sonharam para os filhos. “O desejo dos pais é que os filhos sejam melhores do que eles. No aspecto econômico, social. No entanto, muitas vezes não refletem a necessidade de um mundo humanizado. Desvalorizam a sua própria profissão, de agricultor, pedreiro, coletor de material reciclável e querem que o filho transcenda, quando na verdade, destas profissões depende a manutenção de uma sociedade organizada, saudável, limpa”, aponta.
Para o psicólogo, é preciso existir uma dialética para que a formação do filho seja voltada a humanização. Restringi-lo de suas escolhas pode não ser o melhor caminho. “Muitas famílias da classe alta e popular também, limitam as possibilidades de escolha para seus filhos, seja pela falta de reconhecimento econômico, social, ou de status. Isso é muito ruim, porque muitas pessoas acabam se formando em uma determinada faculdade e depois recomeçam, ou continuam atuando em uma área que não é de seu agrado e vivem frustradas”, alerta.
         Pires enfatiza que a educação dos filhos está ligada a uma autoconstrução que se dá, segundo ele, a partir do diálogo e do respeito. “Todas as profissões são indispensáveis para o país. Não podemos viver sem a produção de alimentos, sem moradia, sem informação. Ser um ‘bom pai’ tem a ver com respeito, com observação, com o acompanhamento da formação do sujeito desde a sua essência. É assim que as pessoas se humanizam, quando há essa orientação, e quando não há, outros tantos problemas sociais passam a eclodir”, finaliza.

Fonte: Claudia Weinman/ Aline Reinheimer
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