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“Nossos interesses coletivos estão acima dos interesses individuais”.

29/01/2016 14:35

Assisti um vídeo nesta semana, onde uma criança Cubana, em poucas palavras, respondeu aos milhares de questionamentos que nós pastorais sociais e movimentos populares sofremos ao longo de nossa vida e caminhada. Depois de me emocionar com as palavras e sua expressão, decidi também que quando nos perguntarem novamente porque lutamos, direi com o contentamento desta criança Cubana que “nossos interesses coletivos estão acima dos interesses individuais”. Já é o suficiente.

            Diante de suas limitações físicas, o menino respondeu em meio a uma multidão no Congresso de Jovens Cubanos, ao que sente seu coração. “Tudo que sou hoje...Por terem instalado um computador em minha casa, que me deu a possibilidade de integrar-me a sociedade como qualquer outra criança Cubana. Isso só acontece em Cuba, porque aqui há uma revolução, onde há igualdade plena que é um dos parâmetros de conceitos para revolução. Para demonstrar que meus interesses coletivos estão por cima dos interesses individuais. Quero dizer a Fidel e a Raul que tenho minhas mãos e pernas limitadas, mas que minha mente e meu coração estão a serviço da revolução”.

             Quando terminei de assistir a sua fala, fiquei pensando em todas as coisas que já fizemos e construímos até aqui.  Tudo em nome de vários sentimentos e revolução. Vontade de transformar e ver o povo feliz. Parece bastante utópico falar e de certa maneira é. No entanto, seria mais real se “nossos interesses coletivos estivessem acima dos interesses individuais”. Falo a partir do estudioso Venezuelano, que li a partir da Jornalista Elaine Tavares, Ludovico Silva, o qual menciona a tristeza que é a escravização pelo consumo, a mais-valia ideológica e a necessidade imediata de nos desprendermos das mazelas do capital. Isso não quer dizer que temos que deixar de comer, vestir roupas, comprar calçados, tomar banho...Quer dizer que devemos lutar para que coletivamente todos tenhamos o que comer, o que vestir, o que usar, um lar para fazer nascer a família e viver em paz.

            Mas para tudo isso acontecer, é preciso mobilização. Não basta cada um fazer a sua parte. É necessário cada uma fazer a sua parte coletivamente. Transformação, talvez com esta palavra a gente possa entender melhor o sentido desta importante tarefa. Vestir-se de esperança mas também de ações. Levar o povo para as ruas e colocar em pauta os poderes que nos ferem. E quando estamos nas ruas, deixemos que nos critiquem, desde que “nossa consciência e coração estejam a serviço da revolução”.

E quando falarem que Cuba possui uma Ditadura Comunista, bom, nas palavras desta criança que citei no início desta coluna, podemos perceber o que essa “ditadura” faz. E quando falarem que devemos ir embora, “Vá para Cuba!”, bom, gostaríamos, mas precisamos transformar outros espaços, nossa tarefa é revolucionar nosso país. E por último, quando ousarem dizer “Tinha que ser do PT”, muito bem, vamos tentar dialogar até que se entenda que ser de esquerda vai muito além de uma sigla e que nem essa e nem outra representa “nossos interesses coletivos, que estão acima dos interesses individuais”. Se ainda assim, nenhuma dessas explicações der certo, melhor é trilhar outros caminhos, buscando transformar nossas realidades com pessoas que também sonham com a construção de um mundo onde todosas tenham dignidade.

É com o coletivo que no combate permanecemos mais consistentes e fortes ao que aparentam nossos inimigos.  Portanto, apesar das ameaças, dos abusos de poder, nos tirar a liberdade somente nas trincheiras da revolução, quando nossos corpos não mais aguentarem as enfermidades da consciência dos capitalistas e suas armas nos ferirem por completo. Ainda assim, restarão aquelesas que pela vida seguirão a causa. Portanto, não há o que temer, quando nossa vontade é coletiva e cheia de sonhos, de esperança, de dignidade. Até a vitória! 

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