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Comunicar a luta do povo, é preciso.

Coluna - 12/02/2016 15:18

É na verdade, uma grande batalha. A comunicação, o Jornalismo, estão inseridos num contexto de muitos confrontos e desafios para nós que buscamos comunicar diferente, ou pelo menos, as verdades que envolvem a vida dos povos, das gentes. Não é de hoje que o campo comunicacional tornou-se sinônimo de disputas. Os capitalistas almejam de todas as formas dominar a comunicação e em contrapartida, nós também, porque queremos libertar as histórias que o plano midiático burguês aprisiona, porque queremos soberania e vida nas palavras. Menos sangue por favor.  

            Neste final de semana que passou, em um gesto simples, o coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), reuniu-se para falar sobre comunicação, priorizando-a como forma de trabalhar a vida coletiva destas organizações a partir de uma comunicação libertadora. O processo é lento, sabe-se disso, mas o sonho existe.

            Acreditamos que trabalhar a comunicação em nossas organizações, seja na base, com as coordenações, ou a nível nacional da PJMP e PJR, é discutir a forma de nos organizarmos, uma vez que a comunicação é um todo que se completa. É a fala, é a escrita, são as imagens, e tem poder de mobilizar, de articular, de fazer acontecer os trabalhos em nossas bases. É preciso comunicar a luta do povo e assim, vice-versa. A comunicação popular é também uma forma de educar, de transmitir e disseminar saberes, por isso torna-se tão importante e necessária.  

            Sem dúvida alguma, é muito importante que nos adaptemos as redes mas sem perder a essência do debate e de nossa identidade que está centrada na luta de classes. É preciso educar para a comunicação. Incentivar a juventude a ler. Isso faz parte do processo de construção de uma nova sociedade. Não se basear na mídia comercial que diz que a juventude não lê, é preciso adaptar as linguagens para cada realidade. Quem quer ‘emburrecer’ o povo é a mídia golpista, nós temos que fazer resistência a isso, incentivando a leitura e a produção de conteúdo sobre nossas vidas e realidades.

            Lembro dos tempos de faculdade e tenho preocupação quando o “lide” torna-se o ponto fundamental das discussões em sala de aula. Embora ele seja uma técnica que nos proporciona colocar as principais informações no início das matérias, quem disse que não podemos construir formas diferentes de construir uma notícia? Quem disse que temos que nos prender a ele para construirmos um texto? Na prática, a maioria dos jornais e sites resumem a vida das gentes neste lide, sem dar continuidade ao contexto, sem mostrar as realidades. Aprisionam-se ao resumo e isto é falho. Temos necessidade de entender o mundo, de saber das coisas, de buscar conhecimento e a comunicação que se faz nas redes é parte desse processo. Se ela falhar, então cada vez mais vamos incentivar uma geração que centrará suas leituras em meras sínteses e vamos instigar um mundo de “Jornalistas” que acreditam que fazer comunicação sem citar fontes, sem conhecer as realidades é suficiente.

            Por isso é necessário discutir a comunicação e principalmente, o que estamos comunicando. Porque temos responsabilidade nisso tudo. Me preocupo quando vejo pessoas defendendo a morte em série em suas redes sociais, condenando menores, fazendo “a sua justiça” sem se preocuparem com o poder que essa comunicação possui. Quando vejo certas matérias sem fontes e muito condenatórias, percebo resquícios dos monopólios comunicacionais do Brasil e da Argentina em nossa cidade, com uma comunicação falha, instigante ao golpe, a barbárie.  Enquanto isso, vamos fazendo nossas tentativas de fazer com que a comunicação não seja só isso que a imprensa tradicional tem mostrado. Até a vitória.   

 

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