PALMITOS – O grupo de Horto Medicinal Aroma Flor de Palmitos realizou no mês de maio um encontro na casa da integrante Nelci Freitag. A terapeuta comunitária Darlene Teles promoveu uma dinâmica de integração do grupo e reflexão sobre a importância dos encontros na comunidade.

            A fitoterapeuta Edel Schneider é uma das fundadoras do grupo e tem na propriedade uma horto medicinal. “Na nossa família sempre existiu uma tradição muito forte de cultivo das plantas, cresci sendo alimentada pelo que era plantado no nosso quintal. Meus pais e meus avós cultivavam flores no jardim e plantas medicinais no horto”, conta.

Ela conta que em 1985, dois anos após o início do Movimento de Mulheres Camponesas, começou a participar dos encontros, cursos de formações e mobilizações pelos direitos das mulheres. “O foco do movimento das mulheres sempre foi pelos direitos das mulheres, pelas suas causas e lutas de uma forma geral. Seguindo nessa luta a partir do ano 2000, o movimento começou a intensificar a questão da agroecologia, da construção dos hortos medicinais e a recuperação das sementes crioulas. Foi aí que comecei a me envolver cada vez mais com o horto, plantas medicinais e sementes”, conta.

Na Linha Santa Terezinha, interior de Palmitos, já realizava-se na propriedade de Edel o cultivo de frutas, verduras, flores e plantas medicinais. A partir das formações, cursos, conversas, palestras e dos coletivos envolvidos na questão de plantas e sementes, nasceu o grupo Aroma Flor.  “Construímos uma estufa, desenhamos os hortos em círculos, começamos a manejar o horto da forma ensinada pelo movimento da agroecologia, iniciamos o cultivo de mudas focalizando a autonomia das mulheres, começamos a fortalecer o artesanato, entre outros”, afirma a fitoterapeuta.

A unidade de produção não faz parte da rede de integração de leite, aviários, suínos e outros. “Acreditamos e lutamos por outros valores. Praticamos e ensinamos o cuidado com as pessoas, o cuidado com a terra e o cuidado com os animais”, finaliza Edel.