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Parque Aquático de São Carlos está na mira do Ministério Público Federal e em investigações internas da prefeitura

A reportagem do Jornal Expresso d’Oeste, procurou pelo atual prefeito de São Carlos, RudiSander, para confirmar a informação de investigação por meio do MPF e saber a real situação em que se encontra o parque.

Geral - 18/08/2017 09:42
Uma coluna publicada pelo jornalista Marcelo Lula na última semana, levantou em pauta novamente a atual situação do Parque Aquático localizado no município de São Carlos. Eu seu comentário, ele cita que, ‘o município de São Carlos, próximo de Chapecó e com cerca de 10 mil habitantes, deve servir de exemplo de como uma gestão equivocada de um recurso público, pode gerar um considerável prejuízo para a população’.

CONFIRA O COMENTÁRIO NA ÍNTEGRA

Apesar do município também ter sido atingido ambientalmente pela construção da Hidrelétrica Foz do Chapecó. Os órgãos ambientais nacionais ignoraram os prejuízos sofridos e, apenas estabeleceram uma compensação, dispensando a Foz de ter que repassar os royalties. Mas, a empresa para reduzir o impacto, teria que construir um dique para tentar manter a vazão do Rio Uruguai, porém, através de uma boa iniciativa do governo municipal na época, foi sugerido aos diretores do empreendimento, que construíssem um parque aquático para a exploração do turismo no Balneário de Pratas.
Eu lembro que me manifestei totalmente favorável a troca, pois, um dique pouco serviria para amenizar as perdas sofridas. A empresa aceitou a proposta e, se prontificou a construir o parque. Me recordo que na época, em um jantar com integrantes da direção da Foz, que estavam inclusive, fazendo pesquisas de parques para terem uma base do modelo, sugeri que avaliassem o de Treze Tílias.
Dias após o encontro, fiquei surpreso quando uma fonte revelou, que a prefeitura solicitou o repasse dos recursos para que, ela mesma fizesse a construção do empreendimento turístico, sob a justificativa de que seria uma garantia de que o parque teria mais qualidade. Um dos secretários municipais na época, tentou me convencer com o mesmo argumento, pois, segundo ele, a usina construiria qualquer coisa (piada).
Convido as pessoas que me leem agora, a dar uma passada em São Carlos. Terão a clara visão do que é “qualquer coisa” e, o que uma gestão equivocada de um recurso, pode fazer. Aquela administração do então prefeito, Elio Godoy (PMDB), repito, foi muito feliz em propor a construção do parque, porém, de uma infelicidade sem tamanho neste caso, na gestão do dinheiro que é público.
Consta que a Foz repassou R$ 6,5 milhões, enquanto que o município teria gasto R$ 2 milhões em recursos próprios. Somente um poço profundo, com 850 metros, teria custado cerca de R$ 2,2 milhões, só que um detalhe: o poço é jorrante, o que o tornaria mais barato. A Câmara chegou a fazer um levantamento de valores e, o orçamento mais caro na época, apresentava o valor de R$ 1,05 milhão. O resultado disso tudo, é que o município segue sem receber a sua compensação, pois, o que foi construído até o momento do tal parque que segue fechado, está se deteriorando, num claro sinal de desrespeito com o dinheiro público.
Sobrou para o governo que assumiu em janeiro passado, dar uma solução. Sinceramente, eu espero que a atual administração tenha a coragem de fazer a única coisa sensata, que é repassar o parque para a iniciativa privada. Não importa para quem for, o importante é que o empreendimento funcione, pois, basta de prejuízo para aquela comunidade. Caso contrário, estará colaborando com os absurdos cometidos pelas administrações passadas.

MPF quer explicação

A Prefeitura de São Carlos tem cerca de 10 dias, para entregar todas as documentações referentes a construção do parque. O Ministério Público Federal suspeita que haja ilegalidades, porém, até o momento são apenas suspeitas, nada comprovado, é preciso aguardar.Enquanto isso, o atual prefeito, RudiSander (PP), poderia dar início a um processo de concessão ou privatização do parque. A população precisa entender, que uma prefeitura de pequeno porte não tem a mínima condição de administrar e custear um empreendimento desses, que de acordo com alguns documentos, deveria ter sido entregue pronto pela Foz do Chapecó, em dezembro de 2010.

Atual prefeito considera o parque uma ‘HERANÇA MALDITA’

A reportagem do Jornal Expresso d’Oeste, procurou pelo atual prefeito de São Carlos, RudiSander, para confirmar a informação de investigação por meio do MPF e saber a real situação em que se encontra o parque.
Sander confirmou que nesta semana a administração municipal protocolou a documentação solicitada pelo MPF.  “O jurídico do nosso município levou a documentação que foi solicitado pelo Ministério Público e agora eles vão estar nos auxiliando no levantamento para ver se realmente foi isso ou não. A gente viu no papel que foi aplicado, mas o papel aceita tudo né, no papel eu posso colocar em cima que eu sou o melhor prefeito do Brasil e o papel aceita, mas e na prática eu sou mesmo? Então, por isso, a gente está nessa linha ali e a preocupação nossa enquanto gestor é de entregar essa obra para o município, para comunidade. A gente não consegue ver aquela luz no fim do túnel, mas estamos trabalhando fortemente para fazer uma parceria pública e privada para terceirizar o parque por que o município não tem condição de tocar essa obra aí”, informou.
Diante dessa situação, Sander ressalta a preocupação em dar continuidade a uma obra com esse impasse, a fim de prevenir que mais recursos públicos sejam ‘jogados fora’.  “A situação está bem delicada e nós precisamos entregar essa obra para o balneário porque o parque aquático é uma compensação que o balneário de pratas recebeu em função da redução do leito do rio, então o q aconteceu o município recebeu dinheiro lá em 2009, 2010 do então prefeito Élio Godói para concluir o parque. Só que isso até hoje estamos aguardando, inclusive eu, agora na função de prefeito também quero que aquilo funcione mas, nós sabemos que não tem dinheiro. Recebemos uma herança que é aquela questãoda herança maldita, toca ou toca? Fazou não faz? Investe mais dinheiro aí, é complicado”, frisa. Ele explica que uma auditoria interna da prefeitura foi montada para apurar realmente como os recursos foram investidos, e dependendo desses levantamentos, irão tomar as providências necessárias para finalizar a obra, que nem água mineral para o parque ainda tem.


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