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Outubro Rosa busca reforçar conscientização sobre a prevenção do câncer de mama

O movimento que dura o mês inteiro alerta sobre os riscos e a necessidade de diagnóstico precoce deste tipo de câncer, que é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele

Geral - 27/10/2017 15:35 (atualizado em 27/10/2017 15:49)
Palmitos
Outubro é o mês da campanha Outubro Rosa, movimento internacional criado com o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção e controle do câncer de mama, que é considerado o mais comum entre as mulheres no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil há quase 60 mil novos casos por ano de câncer de mama e o número anual de mortes gira em torno de 15 mil. Segundo tipo mais frequente no mundo, após o de pele, o de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
            Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é bom. No país 80% dos casos da doença são detectados tardiamente. Para diminuir as chances do desenvolvimento da doença, as mulheres devem tomar alguns cuidados com a sua saúde, dentre eles, a realização de exames que possam identificar o diagnóstico precoce do câncer.
Segundo os profissionais da área de Oncologia da Unimed Extremo Oeste Catarinense as mulheres devem começar a fazer mamografias anualmente após os 50 anos, mas, para quem tem histórico familiar de câncer de mama, o exame deve começar 10 antes do caso mais precoce na família. Assim se um parente próximo teve esse tipo de câncer aos 40, é preciso começar a fazer mamografias anualmente a partir dos 30 anos. Fazer a mamografia anualmente em idade adequada pode aumentar as chances de prognóstico por câncer de mama em até 30%, segundo um estudo publicado na revista Radiology.
Eles ressaltam que o câncer de mama é, em partes, decorrente de uma série de fatores de risco como, por exemplo, gênero, idade, fatores genéticos, histórico familiar e pessoal, mamas mais densas, doenças benignas na mama, menstruação e radioterapia no tórax. Além disso, existem alguns hábitos de vida que são considerados fatores de risco para o surgimento do câncer de mama como: obesidade, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo.
 
TRATAMENTOS
 
Além da mamografia, outros exames serão solicitados caso o médico ache necessários - como ultrassom e a ressonância. Estes exames não substituem a mamografia, apenas auxiliam na descoberta da doença. Porém, os profissionais da Unimed mencionam que quando iniciado o tratamento, a paciente passa por quimioterapia e radioterapia que causam efeitos colaterais visíveis.
            Eles destacam que o maior efeito colateral da quimioterapia, é a alopecia, ou seja, a queda do cabelo. Os profissionais explicam que é um evento comum do tratamento antineoplásico. Ela ocorre porque a quimioterapia danifica principalmente o folículo capilar, formado por um tecido de alto metabolismo e altas taxas de mitose, causando sua atrofia e queda total do cabelo ou enfraquecimento do fio em determinados pontos. A intensidade e a cronologia da alopecia dependerão da droga utilizada, da dose, via e velocidade de administração.
            Já a radioterapia, conforme os profissionais, traz efeitos colaterais agudos e/ou tardios. Estes efeitos se relacionam aos órgãos que estão sendo tratados, uma vez que os efeitos da radiação são locais, ou seja, diferente da quimioterapia, que possui efeitos sistêmicos (corpo todo). De modo geral, a pele irradiada pode ficar avermelhada, coçar ou arder, podendo evoluir para bolhas e descamação. Dependendo da região tratada, podem surgir: dor, náusea, vômito, diarreia, falta de apetite, cansaço, ardência urinária, entre outros.
            Eles destacam que, nesses momentos de tratamento é preciso prezar pelo bem-estar da paciente. De acordo com o profissionais o bem estar da paciente que está em tratamento contra o câncer de mama é fundamental. A forma com que é recebida e acolhida pela equipe é determinante para o sucesso do tratamento como um todo. Na medida em que a paciente é atendida em suas necessidades biopsicossociais e espirituais, cria-se uma relação de confiança, ficando assegurado, assim, que ela pode recorrer à equipe sempre que precisar.

A força de vontade para superar a doença
 
A professora Nádia Cemin Signori descobriu um nódulo na mama direita em abril de 2016. Após finalizar o tratamento, ela relata a reportagem do Jornal Expresso d’Oeste como superou esse desafio
           
            Abril de 2016. Mês que mudou a vida da professora Nádia Cemin Signori, hoje com 37 anos. Ela sentia um desconforto quando usava o sutiã e ao analisar, descobriu um nódulo na mama direita. “O sutiã me incomodava, e fui ver o que era, na época eu estava fazendo um tratamento para enxaqueca com hormônio, achei que fosse algo relacionado. Esperei um mês e esse nódulo não desapareceu”, lembra.
            Nádia recorda que realizou duas ultrassons, pois na primeira pulsão não foi coletado material o suficiente. “Quando fiz mais uma ultrassom, fui encaminhada direto para o mastologista e fui direto encaminhada para a cirurgia, onde tirei um quadrante da mama e esvaziei a axila. Eu lembro que o médico falou que íamos saber se o câncer seria benigno ou maligno somente na sala de cirurgia. E indiferente o resultado, teria que fazer a cirurgia pelo desconforto que sentia ao usar o sutiã. E na hora da cirurgia, quando o médico me disse que era câncer o meu mundo caiu”, conta.
            A professora comenta que sempre foi positiva e até o momento da cirurgia tinha a certeza de que não era nada. “A gente fica meio sem chão, não sabe muito bem o que está acontecendo. Eu não estava preparada para isso. Na minha cabeça, eu estava operando para tirar aquilo ali que estava me incomodando. E minha ficha caiu quando o médico me disse que teria que usar dreno por 20 dias e ficaria de atestado inicial por seis meses há um ano”, recorda.
 
APOIO DA FAMÍLIA
 
            Hoje, ela relata como o apoio da família foi fundamental. “Foi um susto no início, ninguém estava preparado para isso, ninguém imaginava, pois na minha família ninguém tem histórico de câncer de mama”, diz Nadia, quando relatou para a família que estava com câncer. Ela comenta que sua família já passou por situações consideradas mais complicadas, ocasião em que a família se uniu. “Quando recebemos a notícia a gente cai, mas, logo pensamos em como agir para resolver o problema. Não perdemos tempo lamentando”, afirma.
Hoje, ela destaca que é grata por todo apoio que recebeu de sua família, principalmente de seu marido. “Meu marido sempre me disse: ‘tu tem vontade de chorar, chora, mas parou de chorar levanta a cabeça e vamos embora, tem tratamento, vamos tratar’”, lembra. Nádia finalizou o tratamento em setembro de 2017.
Durante o tratamento ela perdeu o paladar, não sentia o cheiro, perdeu o cabelo e a sobrancelha devido as sessões de quimioterapia e radioterapia. “Meu filho raspou o cabelo comigo. Já a minha filha, na época com três anos, não queria que eu fosse no aniversário dela porque eu não tinha cabelo. Foi algo muito difícil de lidar, mas depois que comecei a usar lenço, ela se encantou o usava comigo”, lembra.
O que fez a diferença no tratamento, segundo Nadia, foi a forma de como as pessoas que convivem com ela, a trataram. “Eles ajudaram a lidar com isso, os meus amigos, a minha família, ninguém deixou a peteca cair”, aponta.
 
COMO A SOCIEDADE VÊ A DOENÇA
           
E embora o assunto tenha se tornado amplamente debatido na mídia nacional, um ponto que marcou a vida da professora, foi a reação das pessoas que a encontravam. “As pessoas não tem noção, tinha gente que vinha me abraçar e chorava, me deixavam com a impressão de que eu iria morrer. A interpretação das pessoas a respeito do câncer é bem difícil”, reconhece.
Nádia aconselha que tem que esteja passando por essa situação, não deve ficar sentado e sentindo pena de si mesmo. “Assim a pessoa não se cura. A medicação é muito forte, mas se colocar na tua cabeça que não vai dar certo, que é uma coitada, sinto muito, mas ela não dá conta”, finaliza.

“Não fui de me abalar de pensar que iria morrer”

Lori Sidonia Hoffmann Hennig, de 77 anos, enfrentou o câncer de mama há 10 anos, e hoje fala com naturalidade sobre a doença e brinca com algumas situações que enfrentou durante o tratamento
           
            Sempre sorrindo e com um semblante de alegria. Essas são as primeiras impressões que se tem de Lori Sidonia Hoffmann Hennig, de 77 anos. Ela que enfrentou o câncer de mama, hoje fala com naturalidade sobre a doença e brinca com algumas situações que enfrentou durante o tratamento.
            Em outubro de 2006, apareceu uma ‘bola’ na mama esquerda de Lori e a cada dia ia crescendo. Com o apoio da família foi encaminhada para fazer os exames e verificar do que se tratava. “Eu tinha uma bola bem grande que parecia um ovo no seio, ficou vermelho escuro, a bola cresceu rapidamente, não sentia nenhuma dor, mas crescia e parecia que ia estourar. Quando o médico falou que era câncer eu fiquei meio assim, mas no fundo eu era forte, não fui de me abalar e de pensar que iria morrer”, lembra.
            Segundo sua filha, Neusa Hennig, que também enfrentou a doença, a família já desconfiava que era câncer. “Já desconfiávamos que era câncer, mas a mãe ficou sabendo mais tarde, quando o médico pediu para fazer cirurgia”, conta Neusa. A filha revela que durante o tratamento da mãe, a família se uniu para resolver o problema. “Ela estava em tratamento, mas a família que correu atrás, tem coisas que ela nem ficava sabendo. Um ponto positivo foi que nós, a família, não nos preocupávamos com a próxima etapa, enfrentávamos a situação do momento, e isso foi algo que aprendemos”, revela.
            Lori recorda que em janeiro de 2007 iniciou as quimioterapias, e o primeiro efeito foi a perda do cabelo. “No começo eu fazia as quimioterapias a cada 21 dias, mal ficava boa de uma já ia para outra”, conta. Após iniciar as quimioterapias, Lori fez a cirurgia em março do mesmo ano. “Quando eu estava careca, as enfermeiras brincavam comigo, que se eu fosse para o centro da cidade, era para colocar uma correntinha e um brinco, e eu falava que não precisava, que todo mundo me conhece”, declara ela, dando risada.
            Lori optou em tirar as duas mamas. Ela lembra que internou em uma quarta-feira e no sábado já obteve alta. “Fiquei em casa, usei dreno, passei muito mal. Mas, hoje estou super bem e bonita”, declara em meio a risos. Passados 10 anos, Lori ainda faz acompanhamento médico. “Hoje eu estou boa, bonitinha, não tenho mais nada, e estou feliz”, finaliza.

 
 
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