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Colesterol: você está na mira?

Mulheres com menos de 30 anos - e magras - também podem sofrer com o desequilíbrio do nível de colesterol no sangue, um dos fatores de risco para doenças do coração. Será que você corre perigo?

Ciência - 19/07/2012 16:24 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

colesterol é um tipo de gordura encontrado nas membranas celulares de todos os tecidos do corpo. "É uma espécie de tijolo da parede da célula", explica o cardiologista. Cerca de 70% dele é produzido no fígado. O restante vem da ingestão de alimentos de origem animal. Como nas últimas duas décadas nosso cardápio se encheu de produtos ricos em gordura saturada e trans, superamos facilmente nossa necessidade diária máxima de 300 miligramas.

Insolúvel em água e no sangue, para ser transportado pela corrente sanguínea ele se liga a diversos tipos de lipoproteínas. As duas principais são LDL (Low Density Lipoprotein) e HDL (High Density Lipoproteins). A primeira vai do fígado para o sangue e, nesse caminho, há o risco de obstruir as artérias. Já a segunda, protetora, forma o chamado bom colesterol e leva o excesso de LDL de volta, para que o fígado utilize em outras funções. Por essa razão é importante que esteja sempre superior a 60 miligramas por decilitro (mg/Dl). E por que o médico também pede a dosagem de triglicérides? Porque essa gordura que também circula no sangue torna as moléculas de LDL menores, facilitando sua entrada nas artérias. E ainda diminui o nível de HDL.

Para ficar bem longe desse mal contemporâneo que anda no encalço do time feminino, melhor agir agora.
 

Os ativadores do colesterol

 

Má alimentação

Gordura saturada e trans, presentes em alimentos de origem animal (manteiga, carne, bacon, leite integral) e produtos industrializados (biscoitos, pratos prontos) se transformam em LDL, que pode entupir suas veias.

Preguiça

Exercício ajuda na circulação e turbina a oxigenação dos tecidos, favorecendo o metabolismo. Sua ausência diminui a queima e aumenta o acúmulo de gordura (inclusive colesterol).

Herança genética

O colesterol sobe também em decorrência de um distúrbio metabólico chamado hipercolesterolemia, de origem genética, que força o fígado a produzir LDL em excesso ou dificulta sua liberação pelo intestino, independentemente da alimentação.

Stress

Funciona como combustível que ajuda a desencadear doenças quietinhas no código genético. "O aumento constante da liberação de adrenalina pode levar o gene a se manifestar", explica o cardiologista Marcelo Cantarelli, da Clínica Angiocard e dos Hospitais Bandeirantes e São Luiz Anália Franco, em São Paulo.

Desequilíbrio na tireóide

Outro fator de risco é o mau funcionamento da glândula, que tem entre suas funções regular o metabolismo. Quando há distúrbio, a eliminação do colesterol diminui. Ao regularizar o quadro, o nível de LDL também tende a voltar ao normal - se for somente essa a causa da subida.

O colesterol alto não apresenta sintoma. E evitar pensar no assunto pode trazer surpresas desagradáveis no futuro próximo - especialmente se você estiver suscetível aos gatilhos acima ou ainda for hipertensa, diabética, estiver acima do peso, fumar ou beber demais, de acordo com o dr. Cantarelli. Para ter a situação sob controle, faça exame de sangue a partir dos 30 anos, repetindo a cada dois ou três. Seus pais ou irmãos sofrem do mal? Melhor adiantar a precaução para os 20.
 

Níveis seguros

 

As diretrizes internacionais e da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que alguém sem histórico ou risco deve manter o LDL abaixo de 130 mg/dl. Cheque os números:

LDL

Até 130 mg/dL é tolerado para quem não tem nenhum fator de risco para desenvolver doenças cardiovasculares.
Até 100 mg/dL para quem possui um fator de risco.
Cerca de 70 mg/dL para quem já sofreu infarto ou é diabético.

Triglicérides

O ideal é que esteja menor que 150 mg/dL.
 

O cardápio da prevenção

 

"Depende de alimentação adequada", diz o endocrionologista Frederico Guimarães Marchisotti, do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica. O ovo e a manteiga não precisam ser eliminados, mas maneire. "Quem tem altas taxas deve comer um ovo apenas e uma vez por semana", orienta a nutricionista do Hospital do Coração Rosana Perim Costa. Ela indica pôr no prato: gorduras monoinsaturadas (das amêndoas e do azeite de oliva), poliinsaturadas (da soja e seus derivados, da semente de abóbora e de girassol) e ácidos graxos ômegas 3, 6 e 9 (presentes no atum, salmão e outros peixes de água fria, nos óleos de milho e canola). "Além disso, vale substituir leite, queijo e iogurte integral pela versão desnatada", avisa Rosana.

Verduras, legumes e cereais oferecem fibras, que envolvem e eliminam o colesterol pelas fezes. "Eles também contêm fitosteróis, que inibem a absorção dessa gordura pelo intestino", fala Elizabeth Vargas, nutricionista da Unilever Brasil "Com cinco porções ao dia, você ingere cerca de 600 miligramas da substância. Mas, como para haver redução de colesterol é recomendado no mínimo 1,5 mg/dia, vale investir também em alimentos enriquecidos como margarina, leite, iogurte."

E mais: suco de uva, 30 gramas de chocolate amargo (com no mínimo 60% de cacau), frutas vermelhas (amora, framboesa, morango, cereja) e chá verde são todos ricos em flavonóides, substância que diminui as taxas de LDL.

Quem já está com o colesterol alto, precisa saber que não há cura. Se não der para contornar a situação com alimentação e exercícios físicos regulares, talvez o problema seja genético. O médico pode receitar estatinas, drogas que bloqueiam a produção endógena da gordura e conseguem manter os níveis sanguíneos bem baixos. Vida afora.

Fonte: Mdemulher
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