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SC e RS se unem no combate às quadrilhas de caixa eletrônico

Órgãos de inteligência dos dois estados trocam informações e dados sobre quadrilhas

Geral - 16/08/2012 17:06 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

A chefia da Agência Central de Inteligência (ACI) da Brigada Militar (BM, a Polícia Militar do Rio Grande Sul) esteve durante toda a quarta-feira em Florianópolis reunida com a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Santa Catarina. 

O assunto das reuniões foi a onda de 14 ataques a caixas eletrônicos no estado vizinho só este ano, que vem aterrorizando a população gaúcha, especialmente o último, na madrugada de terça-feira, em Torres, cidade litorânea do RS que faz divisa com SC.

Dez homens munidos com armas de guerra dinamitaram uma agência bancária e transformaram civis em escudo humano durante tiroteio de cerca de 15 minutos com a BM. O bando teria fugido em direção a SC. 

Há indícios de que criminosos catarinenses atuaram neste ataque e tenham participação em quadrilhas formadas por gaúchos, e vice-versa. A polícia tem certeza sobre o envolvimento em ataques com maçarico e indícios nos casos de dinamite. 

O intercâmbio da criminalidade aconteceria desde 2011 quando SC sofreu um surto de ataques com dinamite, que agora migrou para o RS. Os motivos são a repressão a este tipo de crime em território catarinense, a falta de explosivos no mercado (duas tentativas de roubo a dinamite foram frustadas semana passada no Vale do Itajaí), e a carência de mão de obra, resultado das prisões. 

Mesmo com a trégua nos ataques, SC contabiliza 240 furtos e roubos a bancos e caixas eletrônicos, de janeiro a agosto de 2012. Ações com explosivos foram 32 neste período, em SC. 

O conhecimento adquirido pelas forças de segurança em Santa Catarina agora é trocado com o RS. A ACI/RS veio a Capital justamente em busca de informações e dados estatísticos sobre os assaltantes que podem estar agindo nos dois estados. Sua rede de relacionamento, onde estiveram presos, o modus operandi dos grupos e o perfil de cada criminoso. 

_A ideia é trocar informações e experiências para compor uma análise criminal deste tipo de delito. Minha missão é antecipar onde esses marginais que vem aterrorizando a população podem agir. É prioridade colocá-los na cadeia_observou o major Carlos Daniel, sub-chefe da ACI da BM/RS. 

_Criminosos migram de um estado para o outro. Esta parceria é fundamental porque assim poderemos chegar nos verdadeiros autores e tirar esses criminosos de circulação o mais rápido possível_disse o titular da SSP/SC, César Grubba. 

A polícia não trabalha com o conceito de quadrilhas fechadas, mas de bandidosfreelancers que se unem para determinados ataques. Nem sempre os grupos que dinamitam caixas são os mesmos. 

Os líderes das quadrilhas fazem contratados avulsos. Cada um tem sua função como levantar informações sobre o alvo, conseguir o explosivo e os veículos, alugar armamento, dirigir, fazer segurança de área com o fuzil e confrontar a polícia se necessário, inserir o dinamite no caixa, providenciar as rotas de fuga e os enconderijos pós e pré ataques. 

Há uma diversidade de perfis no grupo, incluindo jovens bandidos, mas quem organiza e pensa as ações são homens experientes, que podem inclusive ter migrado de assaltos a banco e a carros forte, comuns nos anos 90. 

A polícia gaúcha, a princípio, não tem notícia da ligação de grupos criminosos de outras regiões do Brasil com os grupos do RS. Em SC, a ligação existiu. A principal quadrilha que atuava com dinamite, presa em abril passado era formada por catarinenses integrantes da facção criminosa paulista, Primeiro Comando da Capital (PCC).

O que pode deter as quadrilhas 

1) Forte legislação municipal, estadual e federal de segurança bancária prevendo instalação de equipamentos de segurança como:
- os que inutilizam cédulas (tinta rosa) em caixas eletrônicos, centrais de atendimento e cofres de agências bancárias
- câmeras de monitoramento internas e externas e com boa qualidade de imagem
- sensores de presença 
- portas e vidros blindados 
- aberturas de cofres acionadas eletronicamente por centrais monitoradas externamente
- alarmes de pânico 

2) Estudo e debate entre autoridades de segurança pública, Federação Brasileira de Bancos, gestores públicos. 

Como a população deve agir

Avisar a BM pelo 190 sobre qualquer tipo de movimentação de veículos que não sejam do local, e de pessoas que rotineiramente não são vistas na cidade e que apresentem atitudes suspeitas ou estranhas aquela localidade. Nunca se expor em caso de ataques.

Fonte: DC
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