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Restrição de calorias melhora qualidade de vida, mas não aumenta longevidade

Macacos que fizeram dieta desde jovens desenvolveram menos casos de doenças, mas isso não teve efeito sobre expectativa de vida em relação ao grupo controle

Ciência - 30/08/2012 17:04 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

Uma dieta desprovida de um terço das calorias consumidas habitualmente não garante necessariamente um aumento da expectativa de vida, como sugeriam alguns pesquisadores, segundo um novo estudo realizado com macacos da espécie Rhesus. Contudo, essa dieta permite que os macacos desfrutem de uma saúde melhor, com menos casos de enfermidades cardiovasculares, câncer e diabetes, segundo estudo publicado nessa quarta-feira pela revista científica britânica Nature.

Este estudo contradiz as pesquisas realizadas no passado em camundongos e ratos e que estabeleciam uma relação entre a restrição alimentar e a longevidade. Nenhum estudo desse tipo foi realizado, até agora, em seres humanos.

Durante mais de 20 anos, os pesquisadores do Instituto Americano de Envelhecimento (National Institute on Ageing - NIA) submeteram 121 macacos Rhesus de pesos "normais" a restrições calóricas de 30%, alguns deles desde sua juventude (de 1 a 14 anos) e outros já em idade avançada. Depois, compararam os resultados obtidos com os de um grupo de controle.

Não foi observada nenhuma diferença notável referente à longevidade entre os diferentes grupos de macacos, cuja expectativa de vida em cativeiro supera a de animais em liberdade, com uma média de 27 anos. Contudo, a restrição de calorias em idade avançada teve um impacto positivo sobre o metabolismo, especialmente no índice de colesterol nos machos.

Já os macacos tratados em sua juventude desenvolveram menos casos de câncer e de enfermidades cardiovasculares ou sofreram casos de diabetes mais tarde que no grupo de controle. Contudo, esses resultados não tiveram um efeito imediato sobre a longevidade, conforme Rafael de Cabo, um dos autores do estudo.

Resultado contradiz estudo anterior

O estudo do NIA, que contradiz os resultados de uma experiência em curso do laboratório de Wisconsin National Primate Research Center (WNPRC) que mostrou que a longevidade aumentava nos macacos Rhesus submetidos à mesma restrição calórica, não antecipou nenhuma explicação.

Segundo Ricki Colman, coautor deste último estudo (WNPRC), a diferença poderia ser explicada pela composição da comida dada aos macacos do grupo de controle. Os macacos do grupo de controle NIA desfrutaram de uma alimentação "particularmente saudável", com vitaminas e complementos minerais, o que poderia explicar uma duração de suas vidas similar a do grupo de controle.

Por outro lado, os macacos do grupo de controle WNPR podiam se alimentar do que queriam, como acontece com o ser humano.

O pesquisador do WNPRC também não excluiu que a genética pode ter algum papel nas diferenças de longevidade que ele observou.

Fonte: Vida e Saúde
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