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Oncologia no Regional - Diretor diz que por enquanto só há um acordo verbal

Em entrevista ao Gazeta Catarinense, diretor do Hospital Regional, Valmor Busnello, traçou um panorama da atual situação da Instituição e disse que a instalação da policlínica só deverá acontecer em 2013.

Geral - 10/09/2012 16:10 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

SÃO MIGUEL DO OESTE

 

            Inaugurado no final de 2010 e tendo o atendimento iniciado no início de 2011, o Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste já opera com a capacidade total prevista no projeto inicial. Para falar da atual situação da Instituição e das obras futuras já anunciadas, a reportagem conversou com o diretor do Hospital, Valmor Busnello.

 

Gazeta Catarinense - Qual a avaliação que o senhor faz da atual estrutura do Hospital Regional?

 

Valmor Busnello - Aquilo que o projeto inicial previa está tudo funcionando, tudo andando bem, já implantado e o atendimento praticamente em 100%. Estamos com algumas reivindicações junto ao Estado para ampliação com cirurgias de alta complexidade, como neurocirurgia e ortopedia. As pessoas ainda têm que se transferir para fazer alguns tipos de cirurgias fora, porque não temos credenciamento aqui. Oncologia é um pedido da comunidade e também está nos planos, mas hoje ainda não temos condições de atender estas especialidades. Já para neurocirurgia e ortopedia temos a estrutura, temos os materiais, os médicos, mas ainda falta o credenciamento. Se o Ministério da Saúde resolver pelo sim e credenciar, começaremos a fazer imediatamente.

 

Gazeta Catarinense - Como está o atendimento aos pacientes e o que ainda precisa melhorar?

 

Valmor Busnello - Não dá pra dizer que está perfeito, mas deve estar sendo bom, pela resposta que a comunidade dá através das pesquisas de satisfação e pelo que ouvimos falar fora do hospital. A gente procura e tem buscado qualificar bem o pessoal para prestar um bom atendimento. Sabemos que eventualmente há falhas na comunicação e também há problemas de pessoas que vêm de regiões diferentes trabalhar aqui, os quais têm costumes e experiências diferentes. Quando junta todos no mesmo lugar para trabalhar, há algumas contradições e desencontros. Mas são coisas que conversando e treinando vamos conseguindo por no lugar. Aos poucos vamos acertando e logo vai estar tudo 100% funcionando.

 

Gazeta Catarinense - A utilização das fitinhas de prioridade está funcionando?

 

Valmor Busnello - Está funcionando. Sabemos que nem todo mundo fica satisfeito quando é classificado como não de urgência, porque cada um entende que seu caso é urgente. Mas há uma boa compreensão da comunidade e dos pacientes.

 

Gazeta Catarinense - Sobre a possível vinda do tratamento oncológico para São Miguel do Oeste, como surgiu essa ideia? É uma novidade ou já estava nos projetos de expansão do Hospital?

 

Valmor Busnello - Não estava no projeto inicial. Lideranças, como vereadores e secretários municipais se mobilizaram e começaram a fazer ofícios, abaixo-assinados, enfim, vários documentos solicitando o serviço de oncologia no Hospital Regional. Repassamos esses pedidos para a gerência de Saúde do Estado, que já na reunião da bipartite aprovou que em São Miguel do Oeste tenha oncologia. Agora estamos aguardando a resposta do Estado em relação a nossa indagação de quais seriam os serviços e como isso funcionaria, pois são diversos tipos. Tem a quimioterapia, a radioterapia, o tratamento só clínico ou o tratamento cirúrgico na área oncológica. Conforme o que Estado decidir, buscaremos a estrutura necessária.

 

Gazeta Catarinense - O governo do Estado já sinalizou a vinda desse tratamento. Será preciso mexer na estrutura física e no quadro de profissionais do Hospital?

 

Valmor Busnello - Depende do que o Estado solicitar. Se for somente diagnóstico clínico ou cirúrgico, que é o caso de diagnosticar e retirar os tumores de câncer, não precisa mexer muito na estrutura. Hoje já teríamos o quadro em si. Precisaria um cirurgião oncológico e aumentar leitos, porque vai necessitar mais estrutura para internação. Em se tratando de quimioterapia e radioterapia, aí sim precisa espaço, porque é aonde o paciente vem fazer as sessões, que é praticamente um ambulatório grande, com leitos. Isso requer um espaço isolado e específico para isso. Hoje não temos esse espaço. Teríamos que adequar, construir ou reformar e também uma estrutura de cadeiras e macas, enfim, parte física para oferecer o serviço.

 

Gazeta Catarinense - Quanto à oncologia, a entidade São Camilo ou o Estado faria as reformas necessárias?

 

Valmor Busnello - Ainda não se sabe, porque foi apenas um acordo verbal, foi só conversado.

 

Gazeta Catarinense - Quanto à capacidade e tempo de implantação, foi discutido algo?

 

Valmor Busnello - Nada, ainda não foi definido, não fazemos ideia ainda.

 

Gazeta Catarinense - Quanto a implantação da policlínica, os recursos também já foram anunciados. Quando iniciam as obras?

 

Valmor Busnello - A policlínica inicialmente seria a São Camilo que iria construir, mas a consultoria jurídica do Estado deu parecer desfavorável por entender que a entidade tem a função de gerenciar e que construir é algo que o Estado deva fazer. Assim sendo, iniciou-se praticamente do zero novamente. É preciso fazer projeto novamente, porque o Estado está planejando uma policlínica diferente da nossa. Então, nosso projeto não se encaixa naquilo que o Estado quer e eles farão um novo. Não sei se começaram, mas se iniciaram é bem recente. Isso deve demorar um pouco, porque eles teriam de vir aqui fazer um estudo, depois elaborar o projeto e posteriormente licitar os serviços. Não tem previsão e não temos acesso a essas informações para ter uma resposta. Possivelmente para ano que vem.

 

Gazeta Catarinense - Como funciona a tomada de decisões na administração do Hospital Regional? Qual o papel do governo estadual, da administração municipal, e da instituição São Camilo na tomada de decisões? Na vinda de policlínica e oncologia, por exemplo?

 

Valmor Busnello - São decisões do Estado. Somos contratados para administrar e vamos administrar aqui aquilo que o Estado definir. Através de projeto, da forma adequada, o Estado vai aditivar o nosso contrato para que façamos mais esse serviço. Não depende da gente. Se o Estado disser, vamos fazer. Em relação ao município, ele não tem participação nenhuma, porque o Hospital é do Estado. São Miguel do Oeste é  apenas mais um município da região que está pedindo esses serviços.

 

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