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UFSC produz osso sintético em pó para tratamento com implantes e osteoporose

Após cinco anos de trabalho, inovação ganhou destaque em encontro mundial de biomateriais

Geral - 17/09/2012 08:51 (atualizado em 30/11/-0001 00:00)

Dos laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está surgindo a inovação que irá beneficiar pessoas que hoje necessitam de implante ou que têm osteoporose. A novidade é o osso sintético em pó, um biomaterial semelhante à substância que compõe 70% dos ossos humanos. 

A novidade foi desenvolvida pelo aluno de doutorado José da Silva Rabelo Neto, 36 anos, após cinco anos de trabalho, e ganhou destaque no encontro mundial de biomateriais, 9º Word Biomaterial Congres, realizado na China, onde foram apresentados mais de três mil trabalhos científicos.

Rabelo Neto trabalha em Florianópolis, no Núcleo de Pesquisa em Materiais Cerâmicos e Vidros (Cermat), mas é natural de Aracaju (SE). Ele reproduziu uma substância igual à existente nos ossos e no esmalte dos dentes e foi além. Com persistência, chegou à fórmula de um produto inovador, que poderá trazer alívio para pacientes que sofrem com rejeição de implantes. A substância poderá ser usada ainda em outras áreas da medicina, como oncologia, oftalmologia, dermatologia. 

— Agora estamos desenvolvendo o produto que pode ser utilizado, por exemplo, para cobrir a parte metálica de implantes, que normalmente ficaria em exposição direta com o corpo. Com isto, o que estará em contato será um material idêntico ao existente no corpo humano — explica. 

Ele optou por pesquisar em Santa Catarina depois de perceber que a UFSC oferece incentivo a projetos de inovação tecnológica. Para Rabelo Neto, a importância da pesquisa vai além da descoberta e do conhecimento.

— Eu quero que minha criação vire um produto, pois só assim chegará às pessoas que precisam. Ajudar os pacientes é o meu objetivo — ressaltou. 

Focado em ver sua pesquisa transformada em produto revolucionário, o cientista teve precisou exercitar a paciência em suas tentativas, até alcançar o resultado. O esforço e os avanços ainda são desconhecidos da população, mas chamaram a atenção da comunidade científica internacional no evento ocorrido na China, considerado a Copa do Mundo da ciência. 

— Fiquei muito feliz, porque levei o banner com as informações e a princípio seria este o meu espaço no evento. Mas fui surpreendido com o convite dos produtores que pediram para eu fazer uma apresentação oral — relembra.

A participação de Rabelo Neto foi tão apreciada que recebeu sete convites para apresentar a sua pesquisa em sete renomadas universidades do mundo.

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Editoria de Arte do Diário Catarinense
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Apoio à inovação é prioridade na UFSC

O incentivo à inovação que motivou o físico José Rabelo Neto a desenvolver sua pesquisa em Florianópolis não foi encontrado em Florianópolis por acaso. O pró-reitor de Pesquisa, Jamil Assreuy Filho, afirma que a interação da ciência e da indústria, de todas as áreas, foi um compromisso estipulado na UFSC. 

— Inovação é uma coisa que ocorre com pesquisas, não só na universidade, mas também dentro das empresas. Nós poderíamos simplesmente apresentar os resultados das pesquisas e aguardar 50 anos para ver ela sendo utilizada. Optamos por instalar pontos de inovação e conseguir dinheiro para fazer e transferir as criações do ambiente acadêmico para as empresas — avaliou o pró-reitor. 

O responsável pela Diretoria de Inovação Tecnológica da Universidade Federal, Irineu Afonso Frey, explica que, além do incentivo, conquistado com linhas de financiamento de órgãos públicos, também conta com acompanhamento operacional e monitoramento para contribuir para a comunidade intelectual. 

— Queremos valorizar nosso capital intelectual, que é o que temos de mais valioso, e também fazer que seus frutos tragam benefícios para a sociedade — destacou.

Segundo o professor Irineu Frey, a UFSC conta atualmente com parcerias de grandes empresas, como por exemplo Natura, Embraer, Petrobras e Embraco.

Fonte: DC
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